Nas grandes cidades brasileiras, trajetos ao trabalho e ao estudo representam até 80% das viagens diárias. As pessoas gastam até 15 dias por ano presas no congestionamento. Números tão expressivos indicam que a mobilidade urbana não pode ser responsabilidade apenas dos governos: a contribuição do setor corporativo é crucial para fazer com que as pessoas optem por meios mais sustentáveis de transporte.

A implementação de estratégias de mobilidade corporativa representa uma quebra de paradigma, pois exige comprometimento e mudanças na cultura organizacional. O objetivo desse tipo de estratégia é reduzir o número de viagens individuais e, assim, tornar as cidades mais humanas e seguras. No mundo, cada vez mais organizações adotam medidas de mobilidade corporativa também como iniciativa de retenção de talentos, visto que as novas gerações valorizam esse tipo de benefício. No Brasil, organizações de vanguarda já estão colocando essas ações em prática.

Promover a mobilidade corporativa torna as organizações mais produtivas e lucrativas graças aos ganhos de qualidade de vida. A possibilidade de trabalhar ou estudar em casa, adotar horários flexíveis e a redução do tempo perdido nos deslocamentos diários melhoram a saúde, o bem-estar e a satisfação das pessoas.

Apoiamos organizações públicas e privadas no desenvolvimento de um diagnóstico de mobilidade corporativa e na implementação de medidas que estimulem as pessoas a mudarem seus hábitos de deslocamento e beneficiem o uso de meios de transporte mais sustentáveis. Na Cidade Administrativa de Minas Gerais, em 2016, foram implementadas duas linhas de BRT (Bus Rapid Transit) da área central da cidade para o local, oferecendo uma opção de transporte mais qualificada para os 17 mil funcionários. A PUCPR introduziu uma política de estacionamento para reverter o incentivo ao automóvel que era oferecido pelas vagas gratuitas. Essas são algumas ações postas em prática de um trabalho contínuo para incentivar o uso do transporte sustentável dentro das organizações.

No campo das políticas públicas, inspirados pelos projetos de Mobilidade Corporativa em andamento, a cidade de Belo Horizonte promulgou em 2016, com o nosso apoio, a primeira política pública de mobilidade corporativa na América Latina. Essa política exige que grandes organizações (com mais de 200 funcionários, além de todas as escolas e universidades) implementem um plano de mobilidade corporativa para compensar o impacto dos deslocamentos diários. Essa política pioneira pode se tornar um exemplo para outras cidades brasileiras.

No gráfico abaixo, veja os resultados de pesquisa realizada em 2017 em parceria com a Great Place to Work Brasil sobre as práticas de mobilidade sustentável adotadas pelas melhores empresas:

Infografico mobilidade corporativa

Estratégias de Mobilidade Urbana para Organizações

Capa estrategias
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O guia apresenta sete estratégias de mobilidade urbana que organizações públicas e privadas podem adotar para encorajar a mudança de comportamento das pessoas: transporte a pé, bicicleta, transporte coletivo, transporte fretado, carona, teletrabalho e estacionamento.

Acompanham cada uma das sete estratégias: ações que podem ser postas em prática, barreiras para a implementação da medida e como superá-las, um estudo de caso nacional comprovando os benefícios e dúvidas que podem surgir aos gestores.

Passo a passo para a construção de um plano de mobilidade corporativa 

Em 2015, o WRI Brasil (à época EMBARQ Brasil) publicou um guia dividido em sete passos, com orientações e diretrizes para a produção de um Plano de Mobilidade Corporativa. O material aborda desde a preparação inicial em que se identifica a necessidade da organização, passando pelo diagnóstico, implementação até o monitoramento e revisão contínua do plano. Clique aqui para acessar.

Ferramentas úteis

Com o objetivo de auxiliar as organizações no diagnóstico e na elaboração do plano de mobilidade corporativa, o WRI Brasil disponibiliza cinco ferramentas:

1. Pesquisa de padrão de deslocamento: avalia o atual padrão de deslocamento dos funcionários/alunos e os incentivos que fariam as pessoas trocarem o transporte individual motorizado por meios mais sustentáveis.

2. Formulário de avaliação da oferta de transporte e políticas corporativas do local de trabalho: as respostas ao formulário destacam as oportunidades e barreiras para a implementação do Plano de Mobilidade Corporativa.

3. Formulário de custos com benefícios de transporte: o documento pode ser utilizado para levantar os custos da organização com transportes tanto na situação atual quanto após a implementação de um Plano de Mobilidade Corporativa. Assim é possível comparar os cenários e mensurar a efetividade das ações adotadas.

4. Calculadora de emissões: a ferramenta auxilia a organização a calcular suas emissões, a partir de informações como número de dias trabalhados, total de quilômetros nos deslocamentos casa-trabalho dos funcionários e meio de transporte utilizado. A partir daí, é possível traçar metas factíveis de redução de emissões e ações estratégicas para atingi-las.

5. Programa de ação para o plano de mobilidade corporativa: orientações para elencar as ações identificadas no diagnóstico, barreiras, responsáveis, prazo de implementação e elaborar a Matriz de Prioridades.